1.
(UFPR/2004)
A grande pobreza e a produção agrícola
voltada para o mercado interno marcaram o processo de formação da capitania de
São Vicente. É nesse quadro que se observam, ao longo do século XVII, algumas
características daquela sociedade, bem como as marcas de sua expansão em
direção ao sul, ao centro-oeste e ao extremo norte do Brasil colonial. Assim,
pois, fez(fizeram) parte desse processo:
A. 
A formação do bandeirantismo, ou das bandeiras, as quais consistiam em adentrar-se pelas matas para capturar índios, sobretudo guaranis, para convertê-los em escravos. As bandeiras contavam com grupos de dezenas e até centenas de pessoas.
B. 
A incorporação de enormes contingentes de escravos africanos para o trabalho nas lavouras do planalto, transportados aos campos de Piratininga através do Caminho do Mar.
C. 
A dedicação à busca de metais e pedras preciosas, o que leva à criação de vilas como Iguape, no litoral sul do atual estado de São Paulo, e Paranaguá, no atual estado do Paraná. Nessas localidades, verificou-se um breve surto de mineração que ocasionou a formação das "faiscações", isto é, de empreendimentos voltados para a procura de faíscas de ouro.
D. 
A necessidade de enfrentar longas distâncias com o objetivo de capturar índios para o trabalho na lavoura comercial do planalto paulista. É o que nos permite compreender a ampla presença de paulistas na região do Guairá, no atual estado do Paraná, bem como os deslocamentos até a região do Araguaia e mesmo até Belém, como se verificou com a bandeira comandada por Raposo Tavares.
E. 
A resistência aos ataques promovidos pelos paulistas às missões jesuíticas, a qual implicou a remoção das missões restantes para a região onde hoje se encontra o Uruguai e a constituição de grupos de guerreiros indígenas.
2.
(UFPR/2004)
Sobre a mineração no Brasil colonial,
assinale a alternativa INCORRETA.
A. 
Coube principalmente aos habitantes do planalto paulista e moradores da Vila de São Paulo a descoberta dos veios auríferos existentes na região das Minas Gerais em fins do século XVII.
B. 
A Coroa portuguesa tentou proibir a comunicação e o transporte tanto de gado como de escravos pelos caminhos do sertão para a região das Minas. Procurava, assim, impedir o comércio entre as capitanias do Nordeste – sobretudo Bahia e Pernambuco – e a região mineradora.
C. 
O instrumento fundamental da política de administração da região das Minas foi a criação de vilas: Vila do Ribeirão do Carmo, Vila Rica do Ouro Preto, Vila de Nossa Senhora da Conceição do Sabará, Vila de São João Del Rei e Vila Nova da Rainha de Caeté, entre outras.
D. 
A mineração propiciou a artesãos e artistas um amplo mercado de trabalho. Ourives, douradores, entalhadores e escultores eram procurados para embelezar os exteriores e interiores de igrejas mineiras. Ao mesmo tempo, compositores, cantores e instrumentistas eram requisitados para os trabalhos religiosos das irmandades.
E. 
Uma vez que a autoridade da Coroa logo se impôs no território das Minas, não houve conflitos ou confrontos armados na região, na qual imperou até o fim do ciclo da mineração a paz entre os exploradores dos veios auríferos.
3.
(UFPR/2005)
“No
dia 27 de maio
de 1856 Antonio Joaquim Pais compareceu diante do vigário
da Freguesia da Sé,
na cidade de São
Paulo, para realizar o registro de suas terras. Declarou que
não havia antigos
proprietários, pois
se tratava de uma posse primária que
ocupava há 18 anos com
efetivo aproveitamento
das mesmas (...). Quanto à demarcação das terras
foi registrado: a divisa principia na porteira, donde segue uma cerca
até uma vertente
e por esta abaixo
até um
córrego e por
este acima
até a cerca,
que entesta na supradita porteira, em
cujas posições limitam-se de terras públicas e dos herdeiros
de Joaquim Romualdo de Barros.”
(Registro de Terras de
São Paulo, apud
MONTELATTO, A. et al. História temática; terra e propriedade. São
Paulo: Scipione, 2001.)
O texto
acima é um
trecho de documento
que se refere à ordenação
do acesso à propriedade
da terra, o que
foi realizado a partir da promulgação da Lei de Terras, em 1850. Sobre
as mudanças propiciadas por essa lei, é correto afirmar:
A. 
Com a Lei de Terras, extensas proporções adquiridas por concessão ou posse transformaram-se em propriedade privada, sendo essa a razão para a existência, até os dias de hoje, do latifúndio.
B. 
Com a medida, o governo pretendeu iniciar uma reforma agrária, favorecendo a distribuição da renda ao pequeno produtor.
C. 
Com a Lei de Terras extingue-se, finalmente, o regime feudal no Brasil, que se iniciou no período dos Governos Gerais.
D. 
Terras públicas ou devolutas era o nome que se dava às ruas e praças das cidades, bem como aos terrenos em que órgãos públicos eram edificados.
E. 
A Lei de Terras tinha como principal objetivo oferecer emprego e renda para os escravos libertos, que passaram a se dedicar à cultura de hortifrutigranjeiros, suprindo, com isso, as necessidades de alimentos no meio urbano.
4.
(UFPR/2006)
A
respeito da Revolução
Pernambucana de 1817, considere as seguintes afirmativas:
I. Foi marcada por
forte sentimento
antilusitano, resultante do aumento dos impostos
e dos grandes privilégios
concedidos aos comerciantes portugueses.
II. Não
contou com o apoio
de religiosos e militares,
tendo apenas a adesão
dos demais segmentos
da população.
III. Foi uma revolta
sangrenta que
durou mais de dois
meses e deixou profundas marcas no Nordeste, com
os combates armados passando de Recife para o sertão, estendendo-se também
a Alagoas, Paraíba e Rio Grande
do Norte.
IV. A revolta
foi sufocada apenas dois
anos depois
por tropas
aliadas, reunindo forças armadas portuguesas, francesas e inglesas.
V. Propunha a República,
com igualdade
de direitos e a tolerância
religiosa, mas
não previa a abolição
da escravidão.
São verdadeiras apenas
as afirmativas:
A. 
B. 
C. 
D. 
E. 
5.
(UFPR/2007)
“Moradores
dos ‘sertões’, instalados além das cidades coloniais, transformaram tais
espaços físicos em espaços humanos. (...) A presença desses nossos antepassados
é de fundamental importância para entendermos por que, no Brasil Colônia, houve
mais do que a pura e simples plantation de cana. A ‘visão plantacionista’, que
considera todas as atividades não voltadas para a exportação como irrelevantes,
embaçou durante muito tempo a contribuição que milhares de agricultores – responsáveis
pela agricultura de subsistência ou pelo abastecimento do mercado interno –
deram à história de nosso mundo rural.” (DEL PRIORE, Mary e VENÂNCIO, Renato. Uma história da
vida rural no Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006, p. 47–48.)
Com
base no texto e nos conhecimentos sobre a organização social do Brasil no
período colonial, é correto afirmar:
A. 
A imensa disponibilidade de terras não cultivadas contribuiu para uma ocupação intensiva do solo, o que evitou a dispersão demográfica pelo território nacional.
B. 
Os autores do texto destacam um elemento característico da vida social durante a Colônia: a inexistência de núcleos econômicos situados além das cidades coloniais.
C. 
Confirma-se no texto a exclusividade da lavoura exportadora como atividade responsável pela ocupação dos espaços agrícolas nacionais.
D. 
A atividade agrícola dos moradores dos ‘sertões’ era essencial para a produção e o mercado colonial de gêneros alimentícios.
E. 
No Brasil Colônia, uma característica fundamental da agricultura de alimentos foi a variedade de técnicas e de ferramentas utilizadas para o manejo das terras.
6.
(UFPR/2008)
“Herói
desequilibrado, paladino da liberdade, falastrão, corajoso, imprudente, bode
expiatório, patrono da República [...]. Os olhares sobre Tiradentes são tão
variados quanto os olhares sobre a Inconfidência Mineira, em particular, e
sobre o próprio passado do Brasil.”
(Dossiê Tiradentes na Berlinda. In: Revista de História
da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, Ano 2, nº 19,
abr. 2007, p. 17.)
Com
base no texto e nos conhecimentos sobre o episódio da Inconfidência Mineira,
considere as afirmativas a seguir:
1. A Inconfidência Mineira teve a sua influência teórica limitada ao ideário
iluminista preconizado pela Revolução Francesa, apesar da diversidade social
verificada entre os conspiradores.
2. A conversão de Tiradentes em herói nacional foi amplamente utilizada pelos
setores à esquerda e à direita do quadro político brasileiro, o que aponta para
a discussão sobre o papel social da construção e da apropriação dos mitos.
3. Ao
examinar o período colonial brasileiro, vale lembrar que, além da Inconfidência
Mineira de 1789, Minas Gerais foi palco de vários outros motins e conspirações.
4. O desfecho
desfavorável aos inconfidentes pode ser atribuído a dois fatores centrais: a
desistência da cobrança da derrama pelo governo português e a delação da
conspiração às autoridades da época.
Assinale
a alternativa correta.
A. 
Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
B. 
Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
C. 
Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
D. 
Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
E. 
Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
7.
(UFPR/2008)
“A
introdução de novos africanos no Brasil não aumenta a nossa população e só
serve de obstar a nossa indústria. Apesar de entrarem no Brasil perto de
quarenta mil escravos anualmente, o aumento desta classe é nulo, ou de muito
pouca monta: quase tudo morre ou de miséria ou de desesperação, e todavia
custaram imensos cabedais. [...] Os senhores que possuem escravos vivem, em
grandíssima parte, na inércia, pois não se vêem, precisados pela fome ou
pobreza, a aperfeiçoar sua indústria ou melhorar sua lavoura. [...] Ainda
quando os estrangeiros pobres venham estabelecer-se no país, em pouco tempo
deixam de trabalhar na terra com seus próprios braços e, logo que podem ter
dois ou três escravos, entregam-se à vadiação e desleixo.”
(ANDRADA E SILVA, José Bonifácio de. Representação à
Assembléia Geral Constituinte e Legislativa do Império do Brasil sobre a
Escravatura, de 1823. In: DOLHNIKOF, Miriam. José Bonifácio de Andrada e
Silva: Projetos para o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p.
56–57.)
Com
base no texto e nos conhecimentos sobre o abolicionismo no Brasil, é correto
afirmar que nas duas primeiras décadas do século XIX:
A. 
O movimento abolicionista consolidava uma articulação de partidos políticos em prol da libertação dos africanos e da sua inserção na sociedade brasileira como trabalhadores livres para a agricultura e para a indústria.
B. 
As elites dirigentes estavam plenamente convencidas da necessidade da abolição do tráfico negreiro para defender o sistema escravista das pressões empreendidas pelo movimento humanitário internacional.
C. 
Alguns setores sociais pretendiam promover o progresso econômico do Brasil com base na indústria e viam os negros como obstáculo a esse desenvolvimento, na medida em que eles não tinham qualquer aptidão para o trabalho naquele setor.
D. 
Alguns integrantes da elite dominante passaram a compreender a escravidão como um problema que dificultava o progresso nacional, já que a sua manutenção desestimulava novos empreendimentos econômicos.
E. 
As elites dirigentes do Brasil estavam convencidas de que a abolição da escravidão ocorreria mais cedo ou mais tarde e era necessário, portanto, substituir o escravo pelo trabalhador livre.
8.
(UFPR/2009)
O
patriarcalismo (...) caracteriza-se pela autoridade, imposta institucionalmente,
do homem sobre a mulher e filhos no âmbito familiar.
(CASTELLS, Manuel. A era da informação: economia,
sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999, p. 169. vol. II.)
Sobre
esse tema, considere as seguintes afirmativas:
1. O fim da
Segunda Guerra Mundial marca o início da contestação ao patriarcalismo no
Ocidente.
2. A contestação ao patriarcalismo é derivada dos processos de transformação
do trabalho feminino e da conscientização da mulher.
3. Mudanças
tecnológicas no processo de reprodução da espécie e o crescimento de uma
economia global são decorrentes da crise do modelo familiar patriarcal.
4. Para que
uma autoridade como a patriarcal possa ser exercida, é preciso que permeie toda
a organização social, desde a cultura até a política.
Assinale
a alternativa correta.
A. 
Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
B. 
Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
C. 
Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
D. 
Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
E. 
Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.